Os acadêmicos do 7º semestre do Bacharelado em Administração da Setrem foram desafiados pela professora Cecilia Smaneoto, na disciplina de Gestão de Pessoas, a realizarem uma pesquisa sobre os impactos que a pandemia do novo coronavírus (covid-19) causou na vida e na profissão das pessoas.
Ao todo foram entrevistadas 419 pessoas, de vários municípios da região Noroeste do RS, entre os meses de maio e junho de 2020. Elas responderam um questionário virtual, com 22 perguntas, divulgado nas mídias sociais e disponível na plataforma Google Docs. "Os acadêmicos fizeram um grande esforço para alcançar o maior número de pessoas em um espaço de tempo de 60 dias”, comenta a professora Cecilia.
RESULTADOS – Dos participantes da pesquisa, 72% são mulheres e 28% homens, a maioria casados (56%) e com idade entre 20 e 29 anos. Muitos (28%) também com escolaridade cursando a graduação, graduado (24%) e pós-graduado (29%). A renda mensal da maioria está entre 1 e 2 salários mínimos, com 66% trabalhando normal e 22% em home-office. Apenas 9% foram dispensados de seus trabalhos para cumprir o isolamento. Naquele momento, a pesquisa mostrou um percentual de 80% de pessoas aflitas e 20% de pessoas tranquilas.
DESAFIOS - Os desafios mais citados na pesquisa em relação ao que enfrentam neste período é a mudança de rotina e o distanciamento social. Também em menor escala foram citados a redução da jornada de trabalho, busca por novas formas de se relacionarem, o uso de máscara, a falta de creche que causa problemas em deixar os filhos bem e seguros, baixo nível de vendas, acesso restrito em bancos, o risco de contágio que causa muita ansiedade, home-office sem estrutura e, ainda, o medo da demissão e de perder familiares.
Também foi questionado sobre os desafios do home-office. Para quase todos, o grande desafio do dia a dia está em manter a conexão com a equipe. Também foram citados os desafios de falta do contato físico, trabalhar em silêncio/individualmente e organizar a rotina em casa, agora com um novo ingrediente.
Os acadêmicos questionaram ainda sobre como os empresários ou como a área de gestão de pessoas pode contribuir neste momento, para que seja mais bem vivenciado. "Disseram que oferecer trabalho remoto pode ser uma maneira, esclarecer a realidade da empresa e trazer informações sobre como se portar diante da situação, trazer informações sobre o vírus e praticar a escuta”, revela Cecilia.
A ansiedade que se vive neste momento apareceu em muitas respostas. "50% responderam que a empresa concedeu férias e 31% redução da jornada ou dispensa, o que justifica as emoções afinadas”, acrescenta a professora.
MOMENTO DE APRENDER - Outro fato relevante da pesquisa é que este é um momento de aprender, visto que 65% estão desenvolvendo algum aprendizado. 97% acreditam que após passar este momento, muito vai mudar no mundo do trabalho e as formas de vida.
De acordo com Cecilia, apesar de fragmentadas, essas informações podem representar um pouco da realidade do trabalho e as ansiedades que se vive agora. "As instituições de ensino, em um momento muito diferente vem fazendo o máximo para continuar a prestar um serviço de qualidade junto aos seus acadêmicos e a comunidade. Sabe-se da importância da realização de pesquisas científicas e de demonstrar os resultados, e também se compreende que embora pareça pouco e neste ritmo que serão enfrentados e vencidos os desafios que estas pessoas citam”, completa a professora da Setrem.